sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

A importância das narrativas progressistas



Estamos vendo nos últimos anos, um crescimento enorme do pensamento conservador e reacionário na sociedade contemporânea. Essa interpretação do mundo, torna-se perigosa quando o discurso torna-se fascista. Não é uma concepção abstrata apenas. Esse pensamento autoritário passa a disputar e se estabelecer de maneira concreta em instituições, partidos políticos, templos religiosos e movimentos da sociedade civil organizada.

O fascismo se caracteriza quando uma opinião diferente passa a não ser respeitada, os direitos humanos passam a ser negligenciados, fatos históricos passam a ser manipulados, ideias fundamentalistas passam a se tornar leis; a partir dai se constrói a narrativa de que violência se resolve com mais violência e os grandes problemas sociais passam a ser pautas cada vez mais secundarias. Nesse (possível) cenário que parece ser inerente ao pensamento reacionário, é onde mora o grande perigo.


A grande mídia tradicional, monopolizada e subserviente aos interesses do establish, sempre cumpriu a sua função servindo ao patronato. Veículos de televisão, rádios, jornais e revistas (salve algumas exceções) foram fieis aos seus financiadores na fundamentação de apenas uma determinada visão dos acontecimentos.


Quando a internet surgiu e popularizou-se trouxe a ideia de um fluxo maior de informação, de produção, divulgação ampla e democrática de conteúdos. Contudo o que vimos com o tempo foi uma apropriação, as vezes até mais incisiva, da narrativa burguesa antirevolucionária sendo moldada nos portais de internet.

Se isso é um processo que brota da lógica natural e involuntária dos ciclos da humanidade, ou se é o direcionamento intencional dos interesses do capital, não vem ao caso necessariamente. Cabe-nos, como classe trabalhadora, entender como se comportar diante desse momento.

Foto: Mídia NINJA

Portanto é fundamental que, desde já, nós estudantes e trabalhadores, ocupemos os meios de comunicação mais próximos, as redes sociais e os espaços públicos para lançar leituras, mais fieis, daquilo que está acontecendo a nossa volta. 

É fundamental que falemos, em um tom alto e firme, que cerca de 50 mil mulheres, em sua grande maioria pobres, morrem vitimas de aborto clandestino e que a descriminalização é uma possibilidade de reduzir significativamente esses danos. Temos que falar, absolutamente, que o trafico de drogas é uma guerra declarada nas periferias, onde se é gasto recursos numa lógica ineficiente, que mata muitas pessoas e que a descriminalização e regulamentação do consumo pode ser um caminho para existir uma relação melhor do Estado com esse problema. Por fim, é fundamental que apresentemos a narrativa de que privatizar estatais, congelar investimento público e cortar direitos é a lógica de uma burguesia que saqueou o poder e que explora, cada vez mais sem escrúpulos, a classe trabalhadora deste país.

O enfrentamento nunca foi tão necessário.


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